blog

Plágio em textos científicos – Ferramentas para detectar

o que é plágio e ferramentas para detectar

O que você vai encontrar nesse conteúdo:

O que é plágio?

Um certo dia participei de um debate via Google Meet sobre de como para nós (pesquisadores, autores, professores, orientadores, editores científicos, avaliadores e revisores) há uma praga que se prolifera no meio acadêmico em seus diversos níveis: o plágio!

Como nos diz Mueller (2006, p. 34), “o autor espera que o direito autoral o proteja contra plágio e citação de seu trabalho sem o reconhecimento de crédito, não contra acesso ou reprodução do texto”.

Portanto, não se trata de não usarmos textos de outros para base dos nossos textos, o que é salutar. Mas sim usarmos trechos ou mesmo a obra inteira, sem ao menos os citarmos e referenciarmos (como faço neste post). “O plágio não é um problema de artigo, mas de integridade pessoal”, afirmam Trzesniak, Plata-Caviedes e Córdoba-Salgado (2102, p. 72).

E não adianta falar que a “culpa” é da internet que “que é uma terra de ninguém” (alguns dizem isso, sim”), pois “plágio e outras infrações aos preceitos éticos não são culpa dos meios, mas das pessoas que os empregam”, afirma Trzesniak (2012, p. 110).

Essa preocupação ética deve estar na pauta de qualquer pesquisador, apesar de alguns desconhecerem os códigos éticos de conduta em pesquisa (LEITE; ALEXANDRE; TACCONI; ARAÚJO, 2010).

Após a publicação original deste post, diversos colegas mandaram dicas e uma delas foi a Profa. Alessandra Belo, do Blog “Foi Plágio”, que inclusive nos citou em um dos seus posts (ver figura abaixo). Ela também é autora de um texto em coautoria com Ana Terra Mejia Munhoz da Anis – Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero.

plágio

Plágio é crime

Leiam esta correspondência que recebi e transcrevo aqui.

Plágio é crime. E vergonha para o pesquisador. Muita cautela.

Ferramentas para detectar plágio

Ainda bem que alguns abnegados criam ferramentas para que possamos usar com uma das formas de detectar essa atitude ilegal e antiética. E elas estão online e algumas grátis (ou parcialmente, pelo menos).

Uma dica do que costumo usar:http://www.plagiarismcombat.com/

CrossCheck

http://www.docxweb.com/

Leia o texto da Brasil Acadêmico que nos traz mais Ferramentas gratuitas para detectar plágio | Brasil Acadêmico (brasilacademico.com)

A dica abaixo foi enviada a mim pelo Prof. Laercio Bento: http://plagiarism.org/

A dicas abaixo foram enviada pelo Prof. Raul Carlos de Mello:

Copy Spider

Assista, também, à excelente explicação do Prof. Dr. Gilson Volpato

“(…) Há vinte anos, tirar fotocópias de livros e “colar” nas provas parecem atitudes simplórias se pensarmos na questão do plágio hoje. Mergulhar a fundo na questão significa debater o “crowdsourcing” e a inteligência coletiva, compreender o “Control C+ Control V”, colocar a Wikipédia em xeque e perceber as nuances possíveis em licenças como o Creative Commons. Em suma, redefinir o próprio conceito de “autoria” faz-se necessário.”

O Canaltech também nos brinda com um artigo sobre essas ferramentas: Conheça ferramentas práticas que detectam plágio

Olha que legal essa ferramenta que o Google Classroom possibilita

E na UNIFESP? 

Para os professores e estudantes da UNIFESP temos o Turnitin. Outras instituições de ensino também disponibilizam. Veja na sua!

O que é o Turnitin?

É um sistema de detecção de similaridade de qualquer texto após comparação com uma ampla base de documentos. A partir de um relatório de similaridade, é possível identificar casos de plágio, verificar fontes e medir a originalidade de um texto acadêmico.

Todos os professores podem e devem usar o sistema para verificar textos de seu interesse. O sistema permite também a submissão de textos por parte dos alunos, o que será feito mediante gerenciamento da biblioteca de cada campus (em função do número limitado de licenças para uso de alunos).

O Turnitin nos informa que está trabalhando com relação a plágio na escrita por IA, em estreita colaboração com educadores para abordar a escrita e textos gerados por IA. 

Tutorial para docentes (PDF com as telas)

Treinamentos ProPGPq Youtube (Vídeos)

 Endereço de acesso: https://unifesp.turnitin.com

Veja uma playlist de vídeos de treinamento de uso do aplicativo

https://youtube.com/playlist?list=PLBygYWvO4OJVW_IO9YMHurM-VRfV8E4_M 

Interpretação do relatório de similaridade

Esta sessão de capacitação da Turnitin é uma oportunidade para explorar os elementos essenciais sobre a interpretação do Relatório de Similaridade. Assista ao vídeo e conheça funções básicas como fontes de coincidência, filtros, exclusões e marcas de alerta.

Identificando plágio em textos produzidos pela Inteligência Artificial

Em recente post sobre o plágio encoberto em textos científicos da Revista Fapesp, percebi que precisava buscar alternativas para ajudar a identificar plágios em textos produzidos pela IA. O texto em questão discute a existência de possíveis casos de plágio nos textos gerados pelo ChatGPT e que há evidências de que o sistema teria copiado trechos de textos disponíveis na internet sem citar a fonte original. Ainda que o ChatGPT seja uma ferramenta capaz de gerar textos com grande fluência e criatividade, a presença de plágio pode ser considerada um problema ético e de credibilidade. O texto destaca a importância de se discutir e desenvolver medidas para evitar esse tipo de problema em sistemas de inteligência artificial.

A partir da dica do Onde eu Clico temos em Janeiro de 2023 uma ferramenta lançada pela própria OpenAI, que é a criadora do CHATGPT, que detecta se um texto foi escrito por um ser humano ou por uma inteligência artificial.

Com a chegada do CHATGPT, nós professores, os alunos e toda a comunidade científica estão assustados (ou empolgados) com a capacidade da máquina de gerar conteúdo escrito de forma muito parecida como a conversa entre dois seres humanos.

Com essa inteligência artificial, seria fácil criar textos, redigir redações, resolver problemas com o mínimo esforço e isso gerou muitas críticas dos especialistas.

Agora, a OpenAI tá tentando resolver isso, lançando uma ferramenta capaz de identificar conteúdos escritos pela IA. 

Mas veja, que não é 100% confiável, ainda funciona melhor pra textos escritos em inglês, e pra análise fazer sentido, o texto precisa ter no mínimo mil caracteres, senão pode ocorrer um falso negativo. Isso no momento que atualizo este post, (02 de fevereiro de 2023).

Outra coisa é que, nos testes feitos até agora, a ferramenta só conseguiu identificar corretamente uma parte dos textos escritos pelo ChatGPT. Então, ainda vai levar um tempo pra que ela comece a funcionar de verdade.

 FERRAMENTA QUE DETECTA TEXTO ESCRITO PELO CHATGPT

Experimente o classificador, clicando aqui e para começar, escolha um exemplo lá inserido ou cole o texto que deseja verificar. Certifique-se de ter os direitos apropriados para o texto que está colando.

A outra dica foi dada pelo LabCom da UFMA  que mostra outra forma de detectar textos que foram criados usando ChatGPT.. É a https://gptzero.me/ 

gptzero ferramenta para detectar plagio inteligencia artificial gptchat bard bing
https://gptzero.me/

O Turnitin também afirma que tem a funcionalidade de IA integrada nas soluções deles (falei acima sobre isso no texto) desde 2015. Percebem que essa tecnologia pode ser uma força positiva e que o acesso equitativo às ferramentas de IA é vital.

Quando usada de forma responsável, a IA tem o potencial de apoiar e aprimorar o processo de aprendizagem. No entanto, reconhece que, para nós professores, há uma necessidade mais urgente e imediata de saber quando e onde a IA e as ferramentas de escrita por IA foram usadas pelos alunos.

E ainda há uma forma simples: o próprio ChatGPT te diz se o texto foi escrito por ele ou não.

A empresa criou um guia com 11 estratégias para abordar textos gerados por IA em sua sala de aula. Acesse aqui

Dica da Onde Eu Clico

Dá para descobrir se um texto foi escrito pelo ChatGPT sem ter que instalar nada no seu computador. Se você está desconfiado que um texto foi escrito por ele faça o seguinte: Copie o texto, entre na ferramenta e faça a seguinte pergunta: “você escreveu esse texto aí?”. 

Então, é só colar o texto logo abaixo pressionar enter e aguardar a resposta. Para verificar se esse truque realmente funciona você pode copiar qualquer outro texto e repetir o procedimento caso o texto não tenha sido gerado pela Inteligência Artificial a resposta já vai aparecer  na primeira linha.

E as adulterações em imagens de pesquisas científicas?

Pesquisadores do Brasil, Estados Unidos e Itália estão desenvolvendo um conjunto de ferramentas computacionais para detectar automaticamente a existência de duplicações ou manipulações de imagens em artigos científicos, chamado de Sila (Scientific Image Analysis), que é um sistema de apoio para revisores e editores de periódicos acadêmicos que processa arquivos PDF de artigos, extrai imagens automaticamente e usa algoritmos treinados para identificar possíveis alterações. O objetivo é desenvolver algoritmos que reconheçam artigos produzidos por “fábricas de artigos” e o sistema Sila pretende se tornar uma ferramenta aberta disponível para qualquer usuário. O projeto faz parte de uma iniciativa mais ampla para criar algoritmos de inteligência artificial para detectar realidade sintética, identificando falsificações em fotos, áudios e vídeos.

Quer saber mais?

Leia aqui um post do Scientific

Saiba sobre as penalidades de fazer plágio em trabalhos acadêmicos, clique aqui.

Entenda mais uma pouco sobre as variações do plágio.

Ética editorial e o problema do autoplágio, texto do Blog SciELO em Perspectiva

Ética editorial – “Ghostwriting” é uma prática insalubre, texto do Blog SciELO em Perspectiva

Limites da denúncia anônima, na Pesquisa Fapesp

A principio era os plágios, agora também ‘papers’ automáticos falsos, do Blog SciELO em Perspectiva.

Ética editorial – como detectar o plágio por meios automatizados, texto do Blog SciELO em Perspectiva.

Artigo científico: Cola, plágio e outras práticas acadêmicas desonestas: um estudo quantitativo-descritivo sobre o comportamento de alunos de graduação e pós-graduação da área de negócios, publicado na RAM de fevereiro de 2014.

http://blog.brasilacademico.com/2021/01/ferramentas-gratuitas-para-detectar.html

Se conhecer outras ferramentas comente por aqui para todos conhecermos!

Referências para elaborar este post (os enlaces para as páginas das ferramentas estão nas próprias figuras acima):

LEITE, A. P. R.; ALEXANDRE, M. L.; TACCONI, M. DE F. F. DA S.; ARAÚJO, M. V. P. DE. Percepções e Reflexões de Pesquisadores – Uma Abordagem sobre Ética na Pesquisa. Encontro da ANPAD – EnANPAD, 34. Anais… Rio de Janeiro (RJ): ANPAD, set 2010.

MUELLER, S. P. M. A comunicação científica e o movimento de acesso livre ao conhecimento. Ciência da Informação, v. 35, n. 2, p. 27-38, 2006.

TRZESNIAK, P. A questão do livre acesso aos artigos publicados em periódicos científicos. Em Aberto, v. 25, n. 87, p. 77-112, jun 2012.

TRZESNIAK, P.; PLATA-CAVIEDES, T.; CÓRDOBA-SALGADO, O. A. Qualidade de Conteúdo, o Grande Desafio para os Editores Científicos. Revista Colombiana de Psicologia, v. 21, n. 1, p. 57-75, jun 2012.

Post atualizado em 20 de agosto de 2023 

Prof. Alberto Claro

Doutor em Comunicação Social; Professor de Administração da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo; Investidor-anjo em empresas de tecnologia, entretenimento e gastronomia; Diretor de Comunicação (voluntário) da Casa da Esperança de Santos®; Palestrante nacional e internacional na área de Administração, Comunicação e Marketing.

Gostou do conteúdo? Compartilhe!

COMENTÁRIOS