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Marketing de Conteúdo e 10 sugestões para sua reflexão sobre o futuro

Marketing de Conteúdo: 10 sugestões para reflexão do futuro

O que você vai encontrar nesse conteúdo:

Ando um pouco cansado de pessoas falando sobre o futuro do Marketing de Conteúdo sem se desprender de coisas que já ficaram no passado nessa área. Afirmam que as pessoas usarão mais vídeos. Óbvio, minha gente. Muito óbvio.

Comecei, então, a refletir sobre isso. Assim como tem sido nos últimos anos, no próximo ano e nos próximos tudo vai mudar no marketing, especialmente no marketing de conteúdo. Estamos assistindo essa mudança debaixo dos nossos narizes.

Não adianta fazer previsões de médio e longo prazo. A coisa tá tão rápida que não estamos dando conta de a perceber. Mas, no curto prazo, ou melhor, no curtíssimo prazo pode ser que dê para pensar em algo aproveitável e a transformar nas dez sugestões a seguir.

Conteúdo e a autoria por bots

Precisamos discutir os possíveis desafios e limitações do uso do marketing de conteúdo como estratégia dos negócios de qualquer tamanho, principalmente no que diz respeito à concorrência e ao potencial dos bots para gerar grandes quantidades de conteúdo Você está sabendo do ChatGPT da OpenAI, não? Deveria saber. Pois bem, à medida que a concorrência aumentar, será mais difícil e caro ganhar atenção em um espaço lotado de anunciantes. Então, para algumas empresas pode ser mais interessante abandonar completamente o marketing de conteúdo. Além disso, a inteligência artificial (IA) pode contribuir para mais situações-problema mais à frente nas estratégias dos negócios. O Google já até colocou isso como SPAM, pois afeta seu negócio diretamente. Mas, é um jogo sem volta.

Conteúdo gerado por bots será bom?

Será que a inteligência artificial (IA) já é capaz de gerar conteúdo, incluindo vídeos, roteiros de filmes, poesias e postagens em redes sociais? Ela já é usada para gerar grandes quantidades de conteúdo, o que impactará significativamente o marketing e nos negócios iniciando uma nova fase de competição em que as empresas lutam para se destacar em um espaço ainda mais concorrido. Não está clara a sua qualidade, ainda, mas…

Metaverso: além ou aquém?

Nos últimos tempos acompanhamos o aparecimento do “metaverso”, criado pela empresa META, pensado para ser um espaço de realidade virtual no qual as pessoas passam (ou deveriam passar) cada vez mais tempo. Ainda estou cético com essa plataforma. Mas não com esse tipo de ambiente, como no caso do ROBLOX (game adorado por jovens atualmente). Uma coisa é certa: plataformas de conteúdo tradicionais, como blogs, vídeos e podcasts poderão crescer mais devagar e, eventualmente, perder espaço à medida que mais pessoas consumirem conteúdo dentro do metaverso (ou qualquer outra plataforma similar a ela que venha surgir). O seu benefício é fazer com parte do algoritmo que limita a exposição das pessoas ao conteúdo com base em suas preferências estabelecidas, amigos, localização, etc deixe de o fazer, abrindo possibilidades infinitas para anunciantes oferecerem experiências novas e interessantes que atraiam os consumidores pela curiosidade e pelo desejo de experimentar algo novo. Sinceramente, ainda não é meu caso. O mundo real ainda me atrai fortemente. De qualquer forma, o conteúdo tradicional precisa se tornar mais interativo e imersivo para envolver clientes old fashioned como eu.

Então bora sermos interativos

Temos, a partir do que eu falei antes, potencial para as empresas criarem conteúdo mais interativo e mais envolvente usando a tecnologia existente (por favor, muito mais). Diversas marcas já combinam vídeo, áudio, mapas, textos, dados e muito mais para criar histórias imersivas e interessantes para nós e que nos envolvem. Mas gente, queremos mais! Muito mais. Se esforcem, por favor.

Somos todos uma marca

Já falei sobre isso com vocês por aqui. E reforço para que não esqueçam nunca.

É fundamental estabelecer confiança e forte presença online para ter sucesso atualmente. A concorrência e a proliferação de conteúdo falso se tornam um problema crescente e, portanto, as empresas precisam se estabelecer como autoridades confiáveis para ganhar atenção e engajamento. As marcas pessoais continuam tendo um papel fundamental nisso, portanto foque no seu expertise, autoridade e confiabilidade (EAT, lembra? Já falamos dele aqui também). Todos nós temos que construir a nossa marca pessoal como estratégia para executivos, empreendedores, criadores e pequenos empresários, mas cada uma com a sua identidade, como eu já orientei.

Habilidades a serem adquiridas

É corrente a mudança na carreira e no papel dos profissionais de marketing e de gestão baseada na necessidade de se adaptar aos novos desafios que venham surgir. Precisamos ser altamente criativos, conectados ao público e qualificados em engajamento e distribuição de conteúdo. Nossa atuação mudará de fornecedor de informações para criar experiências imersivas e construir comunidades. Isso exigirá novas habilidades, como a capacidade de criar experiências colaborativas como as vistas em videogames, ou pelo menos o ambiente similar a um, e a capacidade de construir e se envolver com essas comunidades por meio de conteúdo, as quais anseiam por conexão e pertencimento. 

De cocriação em cocriação caminharemos

Preste atenção ao fato do uso contínuo da cocriação no marketing, especialmente no marketing de conteúdo. Colaborações estratégicas ajudam marcas a amplificar as vozes de seus clientes, permitindo que criem anúncios, arte e conteúdo em vídeos, por exemplo. Outro exemplo, é que a tecnologia da Web3 poderá permitir a cocriação em uma escala maior, incluindo comunidades e negócios cocriados, em uma escala infindável. Mas, apesar de eu ser um otimista, creio que isso vá demorar mais do que o curto tempo que mencionei no início deste texto.

Token para que te quero

Meu ceticismo é meu principal crítico. Mas vamos lá, vamos falar da Economia da ‘Tokenização’. Percebe-se que o uso de tokens e tokens não fungíveis (NFTs) como criadores de conteúdo está mais forte nas estratégias das marcas globais. Inclusive, com eles se envolvendo com seu público e facilitando a cocriação. Há marcas pessoais criando seus próprios tokens (e não, não pensei em criar o meu) e isso pode fazer com que as comunidades de criadores ‘tokenizadas’ transformarão a colaboração, a criação e a distribuição de conteúdo nos próximos dois anos. 

Canais a serem percebidos e utilizados

Não resta dúvida sobre o fato de que esse tal do TikTok tem sido o aplicativo de mídia social mais popular entre a geração Z, com seu conteúdo baseado em vídeos curtos e divertidos amplamente compartilhados na plataforma. Até eu uso de  vez em quando. A taxa de crescimento do TikTok tem sido sem precedentes, e é provável que continue crescendo no futuro. No entanto, é possível que a próxima grande plataforma de mídia social seja dirigida pela geração Alpha, que é ainda mais jovem do que a geração Z. Esta plataforma provavelmente também será orientada para o vídeo e pode ser lançada dentro dos próximos dois anos.

Outra plataforma que pode ter um crescimento significativo no futuro é o Discord, que começou como um backchannel para jogadores, mas agora é amplamente utilizado como uma rede comunitária para a Web3. Embora seja um pouco diferente do que outras plataformas de mídia social, é possível que sua funcionalidade atenda às necessidades de sua base de fãs em crescimento.

Quanto ao Twitter, é difícil prever o que o futuro reserva para essa plataforma. Apesar de ter sido um canal primário de distribuição de conteúdo por muitos anos, é possível que enfrente problemas regulatórios no futuro, assim como todas as outras plataformas de mídia social, devido à complexidade de classificar e moderar conteúdo como pornografia, violência, ameaças e mentiras. Temos Koo surgindo mas, sinceramente, apesar dos esforços de influenciadores que já lá estão, se trata de mais do mesmo. Como já cansamos do Instagram também, apesar do seu poder comunicacional que se baseia em impulsionamento.

Verdadeiro ou Falso?

Há perigos potenciais na tecnologia deepfake. Não duvide disso. Ela permite a criação de vídeos realistas de gente como a gente dizendo e fazendo qualquer coisa. Que perigo isso não? Ela avança mais rápido do que a capacidade de detectá-la e tem uma alta probabilidade de causar consequências desastrosas em nossas vidas. O conteúdo deepfake vai se tornar viral e perturbar a sociedade antes que alguém perceba que é falso. Já identificou algo assim ultimamente, não? Portanto, as empresas e nós mesmos precisamos criar formas de nos defendermos contra esse mal. A solução a meu ver e de outros especialistas seria criar e distribuir conteúdo verdadeiramente original e que não possa ser facilmente falsificado ou criminosamente modificado. Foque na construção da confiança com o seu público e seja transparente sobre a origem das suas afirmações.

Finalmente, o futuro do marketing, especialmente do marketing de conteúdo

O futuro do marketing de conteúdo dependerá de criar conteúdo que faça as pessoas pensarem ou sentirem profundamente. Isso provavelmente será feito por humanos, com personalidades estabelecidas e confiáveis. O conteúdo que evoca emoções profundas, como o sentimento de admiração, será importante no futuro, pois tocará em questões internas únicas e profundas dos indivíduos. Experiências serão importantes nesse sentido, com histórias expansivas e imersivas. O futuro do marketing de conteúdo também precisará ser audacioso e espetacular para se destacar. Isso pode ser difícil para os bots fazerem no momento, mas pode mudar no futuro.

Estarei de olho. E você?

Prof. Alberto Claro

Doutor em Comunicação Social; Professor de Administração da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo; Investidor-anjo em empresas de tecnologia, entretenimento e gastronomia; Diretor de Comunicação (voluntário) da Casa da Esperança de Santos®; Palestrante nacional e internacional na área de Administração, Comunicação e Marketing.

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