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Redes Sociais na Internet: Comunicar e divulgar Ciência

157 Redes Sociais na Internet comunicar e divulgar Ciência

O que você vai encontrar nesse conteúdo:

A importância das redes sociais na internet para a Ciência

abordei esse tema por aqui antes. Há anos tento entender e usar as redes sociais na internet para fazer e divulgar ciência. As redes sociais podem potencializar a divulgação científica e interação profissional de um pesquisador, estudante, docente ou cientista.

Para se ter uma ideia, meu primeiro endereço eletrônico de e-mail data de 1991, e usava o @apx.ibase.org.br!!!! Era um servidor da ALTERNEX, primeiro servidor brasileiro (1988) para a internet, montado pelo IBASE (aquele do Betinho, irmão do Henfil…se recordam? se não, seria bom conhecer a história deles…) Acessava via BBS (bulletin board system), portanto, neste ano eu comemoro 32 anos como ‘internauta’… A maioria dos usuários de hoje em dia não tem essa idade rsrsrsrs, segundo o IBGE.

A importância da comunicação sobre Ciência é debatida de forma contínua por toda a Academia, tanto no Brasil, como em encontros internacionais. Se discute sobre a necessidade de se divulgar informações sobre pesquisas científicas por meio de mídias sociais. Para divulgar ciência, é necessário não apenas informar sobre a pesquisa, mas também criar interesse na sociedade como um todo, usando ferramentas digitais como Facebook, Instagram, Twitter, blogs e fóruns, etc.  Entretanto, apenas transpor o conteúdo de uma plataforma tradicional para as mídias sociais é um erro e não leva em conta a dinâmica e a linguagem dessas plataformas. A comunicação sobre ciência deve ter uma abordagem diferente do jornalismo tradicional e levar em conta a estratégia de marketing dessas plataformas, como por exemplo entender sobre persona, valor e sobre métricas.

Ressalto a importância da comunicação científica através das redes sociais, que tem se tornado cada vez mais relevante e inclusiva, especialmente após a pandemia da COVID-19. Através dessas plataformas, pesquisadores podem compartilhar informações com o público em geral, tornando a ciência mais acessível e relevante para a sociedade.

Como professor, pesquisador e comunicador científico enfatizo a importância da representatividade na divulgação científica.  Defendo que a ciência e a academia como um todo têm a responsabilidade de se comunicar de forma mais inclusiva e acessível.

Vamos, portanto, construir um diálogo científico nas redes sociais, afirmando que, assim como em uma conferência acadêmica, as interações com outros membros podem ser inspiradoras e produtivas.

Evolução das redes sociais na internet e a Ciência

A tecnologia tem desempenhado um papel fundamental na evolução da sociedade e da forma como nos relacionamos com a informação científica. Desde o início da popularização da internet em 1995, muitas ferramentas foram criadas com o objetivo de facilitar o compartilhamento e acesso à informação tecnológica, científica e de inovação.

Em 2003, a plataforma de rede social LinkedIn foi lançada, permitindo que profissionais se conectem e compartilhem suas experiências e conhecimentos. Em seguida, em 2004, o  Facebook e o Google Scholar surgiram, permitindo a conexão com amigos e pesquisadores, respectivamente.

Em 2005, o YouTube foi lançado, revolucionando a forma como compartilhamos e acessamos vídeos on-line. O Twitter surgiu em 2006, tornando-se uma plataforma de microblogging de grande importância para compartilhar notícias e informações em tempo real.

Em 2008, a Academia.edu e a ResearchGate foram lançadas, permitindo aos pesquisadores compartilhar e acessar artigos científicos de forma mais fácil e rápida. Em 2009, o WhatsApp foi lançado, tornando-se uma das plataformas de mensagens mais populares do mundo. Em 2010, o Instagram foi lançado, permitindo que as pessoas compartilhem fotos e vídeos de forma visual e atraente.

Em 2012, o ORCID e o Publons foram lançados, tornando-se ferramentas importantes para identificar e rastrear o impacto científico de pesquisadores. E em 2020, o SciELO Preprints foi lançado, permitindo aos pesquisadores compartilhar suas descobertas ainda antes de serem publicadas em periódicos científicos.

Em resumo, as ferramentas tecnológicas mencionadas acima têm revolucionado a forma como compartilhamos, acessamos e avaliamos a informação científica, tornando o processo mais rápido, eficiente e democrático. E a partir de agora vou aprofundar para você a sua utilização.

O que são redes sociais na internet?

As redes sociais na internet são plataformas digitais que permitem aos usuários criar e compartilhar conteúdo, se comunicar e se conectar com outras pessoas. Exemplos populares incluem o Facebook, o Instagram, o Koo, Pinterest e o Twitter. Lá eu informo, sem pretensões de impacto, as coisas que publico em ciência ou conteúdo para aulas, etc. 

O processo de instauração da internet começou nos anos 1970 e atingiu seu ponto alto na década de 1990, quando comecei a utilizá-la.A partir deste instante, as novas tecnologias digitais ampliaram as possibilidades de comunicação social, fazendo a transição da era da escassez de informação para a era da informação (Big Data). Existe um novo ecossistema midiático em formação, composto por meios analógicos e digitais, com relações informacionais descentralizadas e de baixa hierarquia. Nesse ecossistema, surgem inúmeras possibilidades de relação entre emissores de conteúdo informativo e audiências. A relevância é o aspecto mais importante para os usuários na utilização das Tecnologias da Informação.

Há dois tipos de relevância interagindo no ecossistema da rede: sistema e humanos. É necessário criar ambientes de mídia social conectados para a construção de informação estruturada e relevante socialmente. As redes sociais digitais são um conjunto de ferramentas virtuais de fácil acesso que permitem a criação de grupos com interesses em comum na internet.

Mas também estamos acompanhando mudanças muito grandes na forma como usamos redes sociais, inclusive com pessoas abandonando os seus perfis, fake news ou simplesmente as próprias ferramentas perdendo o seu foco inicial, como podemos perceber. Há importantes discussões globais sobre como melhorar a informação confiável nas redes sociais.

O que são redes sociais na internet para pesquisa científica?

Redes sociais na internet para pesquisa científica são plataformas online onde pesquisadores, cientistas, universidades e instituições podem compartilhar, discutir e divulgar seus trabalhos e descobertas científicas. Essas plataformas incluem sites como ResearchGate, Academia.edu, e Mendeley, entre outros. Elas ajudam a construir comunidades de pesquisa, facilitar a colaboração entre pesquisadores e aumentar a visibilidade e o impacto das pesquisas.

É lá que também publico os meus textos científicos publicados em eventos e periódicos referenciados pelos pares da academia (já avaliados e aceitos em processo editorial formal).

Como podemos utilizar as redes sociais na internet para pesquisa científica?

As redes sociais na internet podem ser usadas para pesquisa científica de várias maneiras. Por exemplo, os pesquisadores podem usar as redes sociais para coletar dados sobre comportamentos e opiniões das pessoas, identificar tendências e padrões, e estudar como as informações são disseminadas na internet. Além disso, as redes sociais também podem ser usadas para recrutar participantes para estudos e pesquisas, e para divulgar os resultados da pesquisa para um público maior.

Então vamos às possibilidades:

  1. Coleta de dados: As redes sociais são uma fonte rica de dados, como postagens, interações, preferências e comportamentos de usuários.
  2. Estudos de opinião: As redes sociais podem ser usadas para entender a opinião pública sobre um determinado assunto, como políticas, tendências e marcas.
  3. Análise de dados: As redes sociais podem ser usadas para analisar grandes quantidades de dados e identificar padrões e tendências.
  4. Observação participante: Os pesquisadores podem se envolver nas redes sociais como participantes para entender melhor a dinâmica dessas plataformas e como as pessoas as usam.
  5. Recrutamento de participantes: As redes sociais podem ser usadas para recrutar participantes para estudos, especialmente em populações difíceis de alcançar.

Há ainda o fato de que podemos divulgar ciência por meio da contação de histórias, associando as pesquisas ao cotidiano do público leitor. Podemos também dar destaque a aspectos da pesquisa feita, de maneira atrativa e criativa. Ou ainda, falar sobre o diferencial e nível de excelência de uma determinada instituição educacional. Mas, acima de tudo, devemos trazer soluções para as dores de quem teve interesse em ler a nossa pesquisa.

O que é divulgação científica?

A divulgação científica é o processo de tornar a ciência acessível e compreensível para um público amplo. Isso inclui explicar conceitos científicos complexos de maneira clara e precisa, e comunicar os resultados e a importância da pesquisa para pessoas fora da comunidade científica, as quais podemos chamar de leigos ou leigas. A divulgação científica pode ser feita através de uma variedade de meios, incluindo artigos de revistas, programas de televisão e rádio, livros, palestras e eventos, e mídias sociais, e nesse caso, lançamos mão de diversos formatos, como textos, vídeos, imagens, gifs, emojis, etc. 

Só se preocupe para que tenham um formato que façam a ciência mais palatável, interessante e atraente. O objetivo principal é ajudar as pessoas a entenderem e apreciarem a ciência, e a contribuir para a tomada de decisões informadas sobre questões científicas e tecnológicas. Até o uso das hashtags, o símbolo #, contribuem para fortalecer o trabalho de nós, pesquisadores, e assim mostrar para a sociedade a importância de estudos científicos e os seus resultados.

Normalmente, é algo que parte da iniciativa do próprio pesquisador, fazendo com que o conhecimento acadêmico que ele gera ganhe visibilidade e engajamento nos espaços midiáticos sociais tradicionais ou não (TV, rádio, jornais impressos ou não, redes sociais da Internet, etc.). Exerce a função integradora de tornar a ciência palatável atrativa e identificável.

O que é comunicação científica?

A comunicação científica é o processo de compartilhar e disseminar informações científicas e resultados de pesquisas de forma clara e precisa para uma variedade de públicos, incluindo a comunidade científica, a indústria, o governo, e o público em geral. Isso inclui a publicação de artigos científicos, a apresentação de trabalhos em conferências, a comunicação com a imprensa, e a educação científica. A comunicação científica é importante para a construção de uma sociedade bem informada, permitindo a tomada de decisões informadas e a promoção do avanço científico.

É focada na disseminação de informações especializadas entre os pares da Academia ou da área de conhecimento em especial, fazendo com que os avanços obtidos em determinado tema se tornem conhecidos na comunidade acadêmico-científica, como por exemplo, os avanços obtidos, resultados de determinadas pesquisas, relatos de experiências, etc.. Com isso, temos o compartilhamento de novos conhecimentos e saberes entre pesquisadores da mesma área ou até de áreas diferentes do conhecimento, de forma interdisciplinar, mas restrito à comunidade acadêmica, na maioria das vezes. Muitas vezes o jornalismo científico dá um apoio importante para esta necessidade.

Eu gosto de me espelhar no Guia QUEST de mídias sociais, o qual oferece conselhos práticos sobre como comunicar a ciência de forma eficaz nas redes sociais. As dicas foram desenvolvidas em colaboração com profissionais de comunicação científica, que também testaram as diretrizes. Esse projeto realizou um estudo sobre a comunicação científica nas redes sociais por meio de coleta e análise de dados de conteúdo e respostas de usuários, com foco em tópicos como vacinas, mudanças climáticas e inteligência artificial. O estudo resultou em indicadores de qualidade para comunicação científica, juntamente com sugestões personalizadas para as mídias sociais.

As recomendações foram testadas e refinadas com a colaboração de contas de comunicação científica e seus gestores, com base na resposta dos usuários em termos de engajamento. As sugestões são divididas em três pilares:

1) confiabilidade e rigor científico,

2) apresentação e estilo, e

3) impacto na sociedade.

Abordagem Ativa vs Abordagem Passiva ao disseminar suas pesquisas 

A abordagem passiva consiste em simplesmente publicar o seu artigo em um periódico indexado ou QUALIS e esperar que ele seja encontrado. No entanto, isso nem sempre garante que o seu conteúdo será destacado para quem interessa. 

A equipe da revista International Journal of Educational Technology in Higher Education está considerando complementar seu periódico científico com um blog mais informal para divulgar conteúdos relacionados ao tema da revista e gerar debate. Para garantir a qualidade do conteúdo, foi criado um conselho consultivo de especialistas em temas da revista de diferentes áreas de conhecimento e proveniência geográfica. Eles avaliam as propostas antes de serem publicadas e estimulam o surgimento de novas contribuições. É importante que a revista se diferencie do blog.

A abordagem ativa, por outro lado, envolve tomar ações para destacar o seu conteúdo científico, como divulgar o artigo em plataformas sociais acadêmicas ou não, apresentá-lo em conferências, enviá-lo para revisão por pares e colaborar com outros pesquisadores. Essas ações são importantes para garantir que o seu trabalho seja encontrado por aqueles que possam estar interessados e, assim, maximizar o impacto da sua pesquisa e ser citado..

Quais as redes sociais acadêmicas na internet que podem ser usadas para divulgação científica?

Algumas redes sociais acadêmicas na internet ou similares são comumente usadas para fazer e divulgar pesquisa científica. Estas redes sociais acadêmicas oferecem uma ampla gama de recursos, incluindo o compartilhamento de pesquisas, a colaboração em projetos, ajudam a descobrir e citar publicações acadêmicas e a construção de uma rede de contatos dentro da comunidade acadêmica. São elas:

  • ORCID – uma identificação persistente e única (Open Researcher and Contributor ID) para indivíduos que trabalham na comunidade acadêmica, científica ou de inovação, que ajuda a resolver problemas de autoria (duplicidade, por exemplo) e permite aos usuários construírem sua rede profissional. Fundamental na vida de pesquisadores.
  • Academia.edu – uma rede social acadêmica que permite que os usuários compartilhem e descubram pesquisas, documentos e publicações acadêmicas.
  • ResearchGate – uma plataforma de rede social para a comunidade científica, que permite que os pesquisadores compartilhem e discutam suas pesquisas e descubram novas publicações.
  • Mendeley – uma plataforma de gerenciamento de referências e ferramenta de colaboração para a comunidade acadêmica, que permite que os usuários gerenciem suas bibliografias, colaborem em projetos e descubram novas pesquisas.
  • Google Scholar – um mecanismo de busca especializado em publicações acadêmicas e científicas, que permite aos usuários encontrar e citar publicações relevantes para sua pesquisa, além de organizar as suas próprias citações recebidas.
  • ResearchID da Web of Science (ou Publons) – é uma plataforma de identificação de pesquisadores e de perfil de pesquisa. É uma rede social acadêmica que permite aos pesquisadores criar e gerenciar seus perfis de pesquisa, compartilhar seus trabalhos e se conectar com outros pesquisadores em todo o mundo. A plataforma fornece aos pesquisadores uma identidade única e persistente na web, ajudando a construir uma presença online sólida e aumentar a visibilidade de sua pesquisa.
  • Microsoft Academic – uma plataforma, descontinuada pela Microsoft em 2022, de busca de publicações acadêmicas e científicas, que fornecia informações sobre autores, instituições e áreas de pesquisa, além de recursos de visualização de dados para ajudar os usuários a explorar e descobrir novas publicações. Não há previsão de retorno.
  • Zenodo – é uma plataforma de repositório de dados científicos que permite aos pesquisadores armazenar, compartilhar e descobrir dados científicos digitais. É mantido pelo Centro de Investigação Científica e Tecnológica da União Europeia (CERN) e é hospedado como um serviço público para a comunidade de pesquisa global. A plataforma fornece recursos para documentar e preservar os dados científicos, bem como garantir a disponibilidade e acessibilidade a longo prazo dos dados. Além disso, o Zenodo oferece recursos de integração com outras plataformas de pesquisa, incluindo as principais bibliotecas digitais, repositórios de dados e outras plataformas de descoberta de pesquisa.
  • SSRN (Social Science Research Network) – uma plataforma de compartilhamento de pesquisas para a comunidade de ciências sociais, que permite que os pesquisadores compartilhem suas pesquisas em andamento, recebam feedback e descubram novas publicações relevantes. Pertencente à Elsevier.
  • Figshare – uma plataforma de arquivamento de dados científicos, que permite que os pesquisadores compartilhem, descubram e reutilizem dados relevantes para sua pesquisa.
  • PLOS (Public Library of Science) ONE – um portal revistas científicas multidisciplinares de acesso aberto, que permite que os pesquisadores publiquem suas pesquisas e as divulguem em comunidades científicas lá existentes.
  • Dimensions – uma plataforma de descoberta de pesquisa que fornece informações sobre autores, instituições, publicações e financiamento da pesquisa, bem como recursos de visualização de dados para ajudar a explorar e descobrir novas pesquisas.
  • lens.org – uma plataforma de análise de impacto de publicações acadêmicas que fornece informações sobre a visibilidade e o impacto de publicações específicas e instituições.
  • Scopus – uma base de dados de pesquisa acadêmica fornecida pela Elsevier, que fornece informações sobre autores, instituições, publicações e outras informações relevantes para a pesquisa.
  • Semantic Scholar – uma plataforma de pesquisa acadêmica que usa inteligência artificial e aprendizado de máquina para fornecer informações relevantes sobre autores, instituições, publicações e outras informações relevantes para a pesquisa.
Quais as redes sociais tradicionais ou ferramentas na internet que podem ser usadas para divulgação científica?

Junta-se a elas as tradicionais de uso geral, tais como:

  • LinkedIn – uma rede social profissional que permite aos pesquisadores se conectarem com outros cientistas, divulgar sua pesquisa e encontrar oportunidades de colaboração.
  • Twitter – uma rede social baseada em microblogging que permite aos pesquisadores compartilhar atualizações curtas sobre sua pesquisa, participar de discussões científicas e seguir líderes na área.
  • Facebook – uma rede social que permite aos pesquisadores criar páginas ou grupos para divulgar sua pesquisa, discutir ideias e se conectar com outros cientistas.
  • Youtube – uma plataforma que pode ser usada pela ciência para encontrar e divulgar vídeos de palestras e conferências, tutoriais e demonstrações. Cientistas e professores postam vídeos explicativos e tutoriais para ajudar a compreender conceitos complexos de uma forma visual e fácil de seguir. Há também a divulgação de entrevistas e debates nos quais cientistas participam de entrevistas e debates sobre questões controversas ou em discussão, fornecendo informações valiosas e uma ampla gama de perspectivas sobre questões importantes na ciência. Finalmente, vídeos de simulações e animações que podem ajudar a ilustrar conceitos científicos complexos de forma visual e intuitiva.
  • Instagram – plataforma para compartilhar conteúdo e informações sobre pesquisas recentes, descobertas e avanços científicos de forma atraente e acessível, usando infográficos, imagens e animações para ilustrar conceitos complexos. Conectar-se com outros profissionais da área incluindo cientistas, professores, instituições científicas e grupos de divulgação científica, para expandir sua rede e compartilhar informações.
  • Podcast – para fazer pesquisa escolha um que seja de seu interesse, ouça-o regularmente, anote informações importantes, busque mais sobre o assunto e compartilhe o que aprendeu. Já para criar um podcast de ciência bem-sucedido, escolha um tópico científico, planeje seus episódios, invista em equipamentos de boa qualidade (mas não é tão importante no início), grave e edite seus episódios, divulgue-o amplamente, seja consistente na publicação de episódios e interaja com seu público respondendo a comentários e perguntas.
  • TikTok – plataforma que pode ter uso similar ao Instagram ou ao YouTube dependendo do seu objetivo, como por exemplo, divulgar experimentos científicos e informações relacionadas à ciência.
  • WhatsApp –  utilizado para comunicação pessoal e não é uma ferramenta diretamente relacionada a pesquisas científicas. No entanto, você pode usar o aplicativo para colaborar com colegas de trabalho, compartilhar informações e discutir ideias relacionadas à ciência.
  • Telegram – é uma plataforma útil para compartilhar artigos científicos e pesquisas com outros membros da comunidade científica em grupos do Telegram, onde também se pode discutir ideias e colaborar em projetos de pesquisa com colegas em chats individuais ou em grupos. Ele é interessante para receber atualizações e notícias sobre eventos científicos relevantes, seguindo canais especializados. Além de participar de conferências virtuais e sessões de perguntas e respostas com especialistas na área, por meio de chats de grupo ou de transmissões ao vivo. Finalmente, encontrar recursos úteis, como livros, ferramentas e dados científicos, compartilhados por outros usuários em grupos relevantes.
  • Pinterest – é uma ferramenta para criar painéis de pesquisa para organizar informações, imagens e recursos relacionados a um projeto de pesquisa. Encontrar inspiração e ideias para projetos de pesquisa, ao procurar por assuntos relacionados ao seu campo de estudo. Também pode compartilhar informações visuais e recursos educacionais sobre assuntos científicos, como infográficos, diagramas e gráficos. Conectar-se com outros pesquisadores e membros da comunidade científica, seguindo painéis relevantes e participando de grupos de discussão e acompanhar tendências e inovações na sua área de estudo, seguindo contas de especialistas e instituições científicas.
  • Slideshare – é uma plataforma de compartilhamento de apresentações on-line, onde os usuários podem fazer upload, compartilhar e visualizar apresentações em slides. É possível incluir vários tipos de conteúdo, como texto, imagens, vídeos, PDFs e outros arquivos. Para fins científicos, você pode fazer upload de suas apresentações de pesquisa, incluindo resumos, gráficos, tabelas e outros dados relevantes. Além disso, você pode compartilhar apresentações de outros cientistas para acompanhar as tendências e desenvolvimentos recentes na sua área de interesse.
  • Medium – plataforma de publicação que permite que você compartilhe suas ideias e conhecimentos com um público amplo. Para usá-lo como uma ferramenta para fazer ciência, você pode escrever artigos sobre pesquisas recentes, revisões de literatura, análises de dados, entre outros tópicos relacionados à ciência. Além disso, você pode usar para discutir ideias e colaborar com outros pesquisadores. Mas atenção: as publicações não são rigorosamente revisadas, então é importante garantir que suas informações sejam precisas e confiáveis.
  • Koo – uma plataforma de mídia social que permite compartilhar textos, imagens e vídeos, similar ao Twitter. Pode utilizar para divulgar informações científicas.
  • Mastodon – é uma rede social descentralizada que permite aos usuários compartilhar atualizações, links e mídias e divulgar informações científicas.
  • ChatGPT – se usado de forma ética pode ajudar a ciência de várias maneiras, incluindo gerar resumos de artigos científicos para tornar a informação acessível a um público amplo, respondendo a perguntas específicas (que precisam ser confirmadas nas fontes principais) sobre assuntos científicos, ajudando na tradução de textos científicos em diferentes idiomas, criar visualizações de dados e análises estatísticas, suportar a automação de tarefas repetitivas em laboratórios e instituições científicas e gerar hipóteses e testá-las a partir de dados científicos existentes (depois validado pelo pesquisador para não incorrer em erros).

Essas são apenas algumas das redes sociais na internet usadas para pesquisa, comunicação e divulgação científica, existem outras como figshare, slideshare, etc. 

Lembrando que todas essas plataformas possuem prós e contras. Entenda como o seu objetivo se adequa a cada uma.

Funil de citação e como citar conteúdo retirado das redes sociais?

A conscientização é o primeiro passo na jornada de um leitor. Quando as pessoas tornam-se conscientes de um tópico ou questão, o interesse por ele pode ser despertado. 

A consideração é o próximo passo, onde o leitor começa a pesquisar fontes confiáveis e avaliar sua relevância. 

A citação é então uma consequência natural deste processo de consideração, e é aqui que entra o “Funil de Citação”. As bases de dados, redes acadêmicas e as redes sociais são fontes valiosas para os leitores em busca de informações confiáveis e atualizadas.

Além disso, blogs e outras mídias digitais também são uma fonte rica de informações para os leitores. O título, o abstract, a copy e as imagens são elementos importantes na apresentação de um texto e podem influenciar a decisão de um leitor de continuar a lê-lo. 

O estudo em si, sua relevância, metodologia e impacto são também fatores cruciais na decisão de um leitor de citar ou não uma fonte. Finalmente, a correlação com o manuscrito do leitor é um fator importante na avaliação da relevância de uma fonte também.

Funil de citação e como citar conteúdo retirado das redes sociais?
Funil de citação

Mais uma dica. Sim, você deve citar todo e qualquer conteúdo que utilizar extraído das redes sociais. Para simplificar sugiro utilizar a ferramenta More.

Veja este infográfico com um descritivo simples que pode ser útil 

https://drive.google.com/file/d/1seZDJFjYf4KlU5aNW0AZzpTy6fg1XR3v/view 

Desafios ao se falar de Ciência para um público leigo

Apesar das redes sociais serem vistas como vantajosas para pesquisadores divulgarem ciência e aumentarem a visibilidade de suas pesquisas, por meio das diferentes plataformas ou ferramentas de mídia social mencionadas anteriormente e que podem ser usadas para compartilhar conteúdo científico, é importante eu descrever alguns desafios que os pesquisadores podem enfrentar ao tentar comunicar Ciência com um público leigo. 

É importante sempre nos focarmos em conteúdos de mídia social de alta qualidade e precisão científica. Ao tentar comunicar com um público leigo, os pesquisadores podem enfrentar desafios em manter a precisão científica de sua mensagem enquanto utilizam uma linguagem acessível e atraente para o público. Além disso, pode haver dificuldades em encontrar a melhor forma de apresentar informações complexas de maneira clara e concisa, sem perder a profundidade e o rigor científico. A adaptação do conteúdo científico ao contexto cultural e social do público também pode ser um desafio. E só a prática e o entendimento de como utilizar a ferramenta ou plataforma escolhida da melhor forma é que auxiliará nesse processo.

Saiba mais

Sugiro ainda ouvir um excelente podcast sobre as formas de Divulgação Científica.

Importante o pesquisador ou pesquisadora avaliarem todas as possibilidades da divulgação científica, tanto em termos de nível etário e grau de formação do público, quanto dos meios de difusão utilizados: desde livros ou revistas impressas até as redes sociais, passando por rádio, TV, podcasts e outras alternativas. 

A divulgação científica é obrigação de todo cientista, e o conhecimento é um direito fundamental da Sociedade.

As plataformas virtuais para interação social expandiram as oportunidades de diálogo e aproximaram a ciência da coletividade. É dispensável atuar como um divulgador especializado para transmitir informações de modo mais eficiente aos colegas, aos responsáveis pelas tomadas de decisão e à audiência geral. O Brasil, em 2019, classificado como o 15o maior produtor de publicações científicas no mundo e como o primeiro na América Latina, sendo que 95% de sua pesquisa é realizada em instituições públicas, tem o compromisso de orientar, discutir e motivar a população a respeito da importância da ciência e da tecnologia em nossas rotinas, no desenvolvimento do país e, igualmente, sobre suas limitações, obstáculos e demandas. Em face da crescente proliferação de notícias falsas, a comunidade acadêmica necessita se envolver nas redes sociais e considerá-las como uma forma relevante de comunicação e como parte essencial de sua responsabilidade profissional cotidiana.

Devemos perceber a importância da divulgação científica e o fato de ela ser mais do que apenas postar conteúdo científico nas redes sociais. É preciso estudar marketing, design e outros aspectos que não fazem parte do universo de algumas áreas da ciência para se fazer entender pelos mais diversos públicos que representam a nossa audiência.

Há ainda o fenômeno crescente dos marketplaces de divulgação científica como, por exemplo, o 
SciELO MarketPlace, que se trata de uma plataforma de comercialização de produtos e serviços de comunicação científica.

Antes de escolher a mídia social adequada, é importante considerar três aspectos fundamentais: a audiência, a proposta e o impacto da pesquisa na sociedade. Ao responder perguntas como “Com quem eu quero interagir online?” e “Quais são os benefícios da minha pesquisa para os indivíduos e para a sociedade?”, os pesquisadores podem escolher a mídia social mais apropriada para sua comunicação.

Ao seguir essas dicas, eles poderão ter um maior engajamento e ampla divulgação da sua pesquisa. Não fazer isso pode resultar em falta de interesse entre novos leitores e erosão do público já construído. Agora basta escolher o formato que vai usar para divulgar e comunicar Ciência.

 

Ciência Aberta | Redes Sociais e as novas formas de comunicar a ciência 

Uso de Whatsapp en ambiente académico⁣⁣

Instagram en ambientes académicos con presentaciones llamativas, em 2019)

SciELO em Perspectiva com materiais sobre Redes Sociais na Ciência

REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS NOS TEMPOS ATUAIS: PRECISAMOS DE EDUCADORES OU STREAMERS?

A sociedade e a produção acadêmica, um diálogo necessário

Postagem atualizada em 18.03.2023

Prof. Alberto Claro

Doutor em Comunicação Social; Professor de Administração da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo; Investidor-anjo em empresas de tecnologia, entretenimento e gastronomia; Diretor de Comunicação (voluntário) da Casa da Esperança de Santos®; Palestrante nacional e internacional na área de Administração, Comunicação e Marketing.

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